segunda-feira, 9 de março de 2015

Festa do Batismo do Senhor - 11 de Janeiro



Trata-se da festividade que, no primeiro domingo depois da solenidade da Epifania, encerra o tempo de Natal, com a manifestação do Senhor no Jordão.
Segundo a narração do evangelista Mateus (cf. 3, 13-17), Jesus foi da Galiléia ao rio Jordão, para ser batizado por João; com efeito, de toda a Palestina acorriam para ouvir a pregação deste grande profeta, o anúncio do advento do Reino de Deus, e para receber o batismo, ou seja, para se submeter àquele sinal de penitência que chamava à conversão do pecado. Embora se chamasse batismo, ele não tinha o valor sacramental do rito que hoje celebramos; com efeito, como bem sabeis, é com a sua morte e ressurreição que Jesus institui os Sacramentos e faz nascer a Igreja. O batismo administrado por João era principalmente um ato penitencial, um gesto que convidava à humildade diante de Deus, para um novo início: mergulhando na água, o penitente reconhecia que tinha pecado, implorava de Deus a purificação das próprias culpas e era convidado a mudar os comportamentos equívocos.
Por isso, quando João Baptista vê Jesus que, em fila com os pecadores, vem para ser batizado, fica admirado; reconhecendo nele o Messias, o Santo de Deus, Aquele que é sem pecado, João manifesta o seu desconcerto: ele mesmo, o batizador, teria desejado receber o batismo de Jesus. Com esta expressão, Jesus manifesta que veio ao mundo para fazer a vontade daquele que O enviou, para cumprir tudo aquilo que o Pai lhe pede; foi para obedecer ao Pai, que Ele aceitou fazer-se homem. O batismo de Jesus, que hoje recordamos, insere-se nesta lógica da humildade: é o gesto daquele que quer tornar-se um de nós, para carregar nos seus ombros o peso da culpa da humanidade inteira. Mediante este gesto de amor, o Espírito de Deus manifesta-se como pomba e desce sobre Ele, e naquele momento o amor que une Jesus ao Pai é testemunhado — a quantos assistem ao batismo — por uma voz vinda do alto, que todos ouvem. Por isso, o Pai põe a sua complacência em Jesus, porque reconhece no agir do Filho o desejo de cumprir em tudo a sua vontade: «Eis o meu Filho muito amado, no Qual pus toda a Minha complacência» (Mt 3, 17). E esta palavra do Pai alude também, antecipadamente, à vitória da ressurreição.

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