“O
Verbo se fez carne e habitou entre nós...” (Jo 1, 14). Deus armou sua tenda
entre os homens, veio habitar entre nós. Ele “não usou de seu direito de ser
tratado como um deus, mas se despojou [...]tornando-se semelhante aos homens”
(Fl 2, 6-7). Ele desceu do Céu para assumir nossa carne. Em Jesus, Deus
encarnou-se, tornou-se homem como nós. No Santo Natal celebramos o mistério da
compaixão de Deus por nós: o Filho de Deus se fez homem para salvar os homens,
para purificar a natureza humana de tudo aquilo que a separa de Deus, para unir
novamente a divindade e a humanidade na pessoa de Jesus Cristo, reconciliando o
homem com Deus concedendo-nos a salvação.
Deus torna-se um de nós, semelhante
a nós em tudo, exceto no pecado (cf. Hb 4,15) para entrar no tempo do homem
comunicando sua própria vida divina. O homem pode então entrar em comunhão com
Cristo, verdadeiro Deus everdadeiro homem, tornando-se assim filho de Deus
retornando a amizade com o Senhor. No Natal, fazemos memória do grande dom que
recebemos de Deus: Ele assumiu nossa humanidade para nos conferir a sua
divindade, “o Verbo se fez carne para nos tornar participantes da natureza
divina” (CIC 460). O homem estava em estado tão miserável e infeliz, com uma
natureza enferma e prisioneira das trevas, comovendo assim o coração de Deus
que o visita para trazer-lhe o remédio da salvação, unindo sua divindade a
nossa frágil humanidade na pessoa de Jesus Cristo.
“...Um menino nasceu para nós, foi-nos
dado um filho” (Is 9,5). Este anúncio é motivo de alegria e esperança, pois
identificamos no menino o Salvador da Humanidade, a visita de Deus na humildade
de um menino. Diante do silêncio do Menino divino, Santo Agostinho (séc. V)
afirma: “mesmo sem dizer nada, deu-nos uma lição, como se irrompesse num forte
grito, que aprendamos a tornar-nos ricos nele que se fez pobre por nós; que
busquemos nele a liberdade, tendo Ele mesmo assumido por nós a condição de
servo; que entremos na posse do céu, tendo Ele por nós surgido na terra”. No
Natal de Nosso SenhorJesus Cristo, tempo de acolhida da Salvação! Santo Natal a
todos!
Padre Maurício
Henrique, Pároco da Igreja Jesus Ressusitado
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